terça-feira, 8 de janeiro de 2013

HD Fat Boy: nos bastidores do mito

Não há dúvidas de que várias são as motocicletas que mexem com os corações de qualquer pessoa, especialmente, claro, se essa pessoa for motociclista. Mas, há modelos que, além da beleza, trazem consigo certo encantamento, talvez pela potência de seu motor, talvez pela história ou, quem sabe, um misto de tudo isso. É o caso da Harley-Davidson Fat Boy, um objeto de desejo de milhares de motociclistas do mundo inteiro. É uma motocicleta histórica, que teve até participação no filme O Exterminador do Futuro 2, de 1984, com Arnold Schwarzenegger pilotando-a sem dó.

A ideia, ao colocarem uma Fat Boy nas mãos do personagem de Schwarzenegger, foi justamente evidenciar as características da moto, por meio das cenas de ação. Robusta, motorzão de 1345 cc (naquela época), a sensação era de que aquela, realmente, era uma motocicleta que duraria por muito tempo. À exceção dos exageros promovidos pelo filme, a Fat Boy é, realmente, uma motocicleta para milhares de quilômetros e estradas.

A origem da Fat Boy e de toda a linha Softail remonta de 1974, em uma garagem em St. Louis, Missouri, nos EUA. Bill Davis, o customizador que a criou, preferia a aparência dos quadros hardtail (também chamados, aqui, de “rabo seco” ou “rabo duro”, devido à falta de amortecimento, especialmente, na parte traseira da moto), mas também gostava muito de pilotar longas distâncias e sabia que a falta da suspensão traseira tornava esse tipo de viagem muito desconfortável. Assim sendo, Mr. Davis desenvolveu um sistema que permitiu esconder o monoamortecedor embaixo do assento, o qual foi aplicado à Harley-Davidson Super Glide, modelo 1972. Ele continuou a trabalhar no sistema de suspensão, presenteando a Harley-Davidson em 1976. Após alguns anos de negociação, finalmente, a Harley-Davidson Motor Company revelou seu novo design na Softail 1984.

Os primeiros anos

Quando a primeira Fat Boy pisou no chão de um showroom, em 1990, o sucesso foi instantâneo. Como o modelo apresentado era da cor cinza, já ganhou o singelo apelido de “The Grey Ghost”, ou “O Fantasma Cinza”. A Fat Boy já mostrava um estilo único, incluindo rodas de alumínio fundido, pedaleiras do tipo plataforma, um amplo tanque de combustível e garfos frontais mais robustos. A Harley-Davidson equipou a máquina com seu motor Evolution de 1340 cc, cinco marchas e transmissão final por correia.

O Twin Cam 88B

Em 1999, as famílias Dyna e Touring, da Harley, foram agraciados com um novo motor de 1450 cc, denominado de Twin Cam 88. No ano seguinte, foi a vez da Fat Boy ganhar também seu novo motor, modelo Twin Cam 88B, uma versão contrabalanceada e montada diretamente no quadro, também com 1450 cc. O modelo de 2001 teve, como novidade, a injeção eletrônica.

Ainda em 1999, a Harley-Davidon lançou o programa CVO (Custom Vehicle Operations), com a finalidade de produzir modelos de edição limitada da Harley. A Fat Boy só entrou nesse programa seis anos depois, em 2005, sendo presenteada com um Twin Cam 103B, de 1690 cc e com 3 combinações de cores (duplas) disponíveis. Desse modelo, chamado de Screaming Eagle Fat Boy, foram fabricadas apenas 3.400 Fat Boys CVO.

Nos últimos anos

Em 2010, a Harley-Davidson lançou o modelo Fat Boy Lo. Ela tem esse nome (Lo = Low = Baixo) devido a um novo estilo do assento de suspensão mais baixa - aliás, dentre as Harleys, a Lo é a que tem o nível do banco mais próximo do chão. Ela também trouxe a aplicação de couro no tanque, junto ao painel; rodas com “buracos de bala” no disco e um visual mais “black” (ela está disponível nas cores Preto Vívido e Preto Denim).

O modelo 2012 da Fat Boy conta com um motor Twin Cam 103B de 1690 cc contrabalanceado de seis marchas, com sistema Cruise Drive Transmission, que permite uma troca mais rápida e macia das marchas, e usa injeção eletrônica.

A Fat Boy na cultura popular 

Uma lenda urbana diz que o nome Fat Boy foi tirado dos apelidos das duas bombas atômicas jogadas sobre o Japão, na II Guerra. As bombas eram chamadas de “Fat Man” (homem gordo) e “Little Boy” (garotinho). Para dar mais força a esta lenda, diziam, ainda, que a cor original da moto, cinza, era a mesma dos dois bombardeiros envolvidos no ataque, o Enola Gay e o Bock’s Car. Posteriormente, surgiu outro boato, dizendo que as rodas de disco da Fat eram similares às usadas nos bombardeiros. A Harley-Davidson, evidentemente, desmente esses boatos com veemência, pois só servem para denegrir a imagem da empresa.

O que importa é que, no cinema ou na TV, a Fat Boy tem feito suas aparições, sempre com alguma mensagem ou importância nas cenas. Veja a relação de alguns: “O Exterminador do Futuro 2”, de 1991, sendo pilotada pelo ator Arnold Schwarzenegger, que fazia o papel de um cyborg; “Motoqueiros Selvagens “, de 2007, com duas motos, uma pilotada por John Travolta e, a outra, por Tim Allen; “Família Soprano”, produção da HBO, pilotada por John Costelloe; “Seinfeld”, produção da NBC; e até mesmo em episódios e filme do seriado Os Simpsons, onde Homer tem a honra de pilotar uma Fat Boy. Outros seriados famosos, como “CSI Miami” e “Lei e Ordem” também já apresentaram essa gloriosa máquina. Fonte: http://www.allaboutbikes.com

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